CFQ apresenta painel sobre os impactos das queimadas na qualidade do ar interior e como minimizar os efeitos à saúde

Na última quarta-feira, 11, o Conselho Federal de Química (CFQ) realizou o painel “Brasil em chamas: impactos das queimadas na qualidade do ar interior”, transmitido ao vivo pelo YouTube, o evento trouxe especialistas para discutir como a fumaça das queimadas, afetam a qualidade do ar interno e o que pode ser feito para proteger a saúde.

Com um aumento de 104% nos focos de incêndio em comparação a 2023, as queimadas no Brasil estão em níveis críticos, os estados mais afetados são: Mato Grosso, Pará, Amazonas e Tocantins. A fumaça, carregada de poluentes, contamina o ar externo, e também invade as casas, locais de trabalho e espaços fechados, comprometendo a saúde respiratória de milhões de brasileiros.

O painel, mediado por Diego Freitas, analista químico e membro da Ouvidoria-Geral do CFQ, contou com a participação de Paulo Jubilut, presidente do Plano de Qualidade do Ar Interior (PNQAI) e diretor da BRASINDOOR, Arthur Aikawa, presidente da Qualindoor/ABRAVA, Wellington Idalino, professor e diretor técnico da Frugal Consultoria, e Robson Petroni, membro do PNQAI e profissional da química. Todos eles destacaram como a Química pode ser uma aliada para diminuir os danos causados pela poluição do ar interno.

Diferença entre o ar externo e interno

Na maioria das vezes a atenção se volta apenas para o ar externo, mas, conforme explicou Paulo Jubilut, “passamos 90% do tempo em ambientes fechados, onde a qualidade do ar interno impacta diretamente nossa saúde.” O ar externo é utilizado para renovar o ar interior, reduzindo a concentração de contaminantes físicos, químicos e microbiológicos, do ar que respiramos em espaços fechados, porém, ao entrar em contato com superfícies, pessoas e objetos, ele passa por transformações que podem piorar sua qualidade.

Arthur Aikawa, especialista em qualidade do ar, ressaltou que “o ar externo, mesmo filtrado, passa por uma nova dinâmica ao entrar em ambientes internos, onde novos contaminantes são gerados. Por isso, o ar interno precisa ser monitorado e controlado rigorosamente.” Já Robson Petroni destacou que, em ambientes fechados, a diluição de poluentes é menos eficaz do que ao ar livre. “O ar externo é o mesmo que entra nos ambientes internos, mas no ambiente fechado, ele não se dilui como na atmosfera. Imagine jogar uma colher de sal em um copo d’água, ela será perceptível. Já no Rio Amazonas, essa mesma colher de sal se diluiria completamente. Assim funcionam os contaminantes no ar interno.”, comparou.

Dicas práticas

Com a poluição atmosférica se agravando pelas queimadas, os especialistas compartilharam dicas para melhorar a qualidade do ar interno e reduzir os impactos à saúde:

Máscaras: máscaras do tipo PFF2 são eficazes para filtrar partículas finas presentes no ar. “Elas funcionam como uma mini teia de aranha, retendo poluentes”, explicou Wellington Idalino, professor e engenheiro civil.

Purificadores de ar: existem equipamentos específicos para purificar o ar interno, capazes de reduzir a concentração de poluentes. “Se você não usa purificador de ar, seu corpo acaba funcionando como filtro, o que pode gerar problemas respiratórios”, alertou Robson Petroni.

Limpeza de sistemas de ar-condicionado: é importante realizar a manutenção periódica dos filtros de ar-condicionado para evitar o acúmulo de contaminantes. “Sistemas de climatização sem manutenção adequada podem piorar a qualidade do ar”, ressaltou Arthur Aikawa.

Evitar abrir janelas: abrir janelas nem sempre é a melhor solução, especialmente em áreas onde a poluição externa está alta. “Isso pode piorar a qualidade do ar interno, já que não há controle sobre a quantidade e a qualidade do ar que entra”, explicou Wellington Idalino.

Monitorar a umidade do ar: a baixa umidade agrava os efeitos da poluição. “Utilizar umidificadores e garantir ventilação adequada ajudam a manter o ar mais saudável”, disse Idalino.

Para assistir ao painel completo e conferir mais dicas, acesse o canal do CFQ no YouTube.

Fonte: CFQ