Produto caseiro não passa por nenhum controle de qualidade e pode causar irritação na pele até ocorrências mais graves
Com a falta de álcool gel nas prateleiras dos supermercados e farmácias brasileiras, aumentou o compartilhamento de inúmeras receitas caseiras na internet e nos aplicativos de mensagens. Cumprindo sua missão, o Conselho Federal de Química (CFQ) emitiu uma nota esclarecendo os perigos da manipulação desses produtos, fora dos ambientes adequados e seguros para o procedimento.
O gerente de fiscalização do Conselho Regional de Química da 4º região (CRQ IV), o engenheiro químico Wagner Contrera, diz que as consequências podem ser desde irritação na pele até ocorrências mais graves, como incêndios. “O álcool em altas concentrações é perigoso se manipulado de forma errada. Do ponto de vista legal, somente empresas regularizadas pelos órgãos de vigilância sanitária e que possuem profissional devidamente habilitado como responsável técnico podem fabricar esse produto”, destacou.
Em medida extraordinária e temporária, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, em 20 de março de 2020, resolução em que libera a fabricação e a venda de produtos como álcool gel e desinfetantes para limpeza de superfícies e ambientes sem autorização prévia da agência reguladora. Foram liberadas as preparações: álcool etílico 70% (p/p); álcool etílico glicerinado 80%; álcool gel; álcool isopropílico glicerinado 75%; digliconato de clorexidina 0,5%. O prazo de validade dos produtos não poderá ser superior a 180 dias.
A validade das regras é de seis meses. Para isso, as empresas de medicamentos, saneantes e cosméticos precisam estar regularizadas com Autorização de Funcionamento (AFE), alvará ou licença sanitária emitida pelo órgão de saúde competente dos estados, Distrito Federal e municípios. Ou seja, aquelas que podem garantir segurança técnica ao produto entregue ao consumidor.
O CFQ destaca que os produtos industrializados passam por rigoroso processo de produção, onde há padrões a serem seguidos. Todas as etapas são monitoradas e passam por controles de modo a haver padronização, regularidade e qualidade dos produtos disponibilizados ao consumidor final. Já o álcool gel fabricado a partir de receitas e métodos caseiros não passa por nenhum controle de qualidade, por isso sem garantia de eficácia.
Confira a nota com perguntas e respostas para esclarecer a população sobre álcool gel caseiro, limpeza de eletrônicos e outros temas relacionados à COVID-19.
Fonte: CFQ